Saturday, November 04, 2006

O ensino do jornalismo visto pelos estudantes

No meu blogue coloquei um post sobre o Encontro Nacional de Estudantes de Jornalismo e Comunicação e que aqui reproduzo:

O ensino do jornalismo e o acesso à profissão são temas recorrentes e que têm estado na agenda de professores, estudantes e jornalistas. No início, a questão centralizava-se em saber qual a melhor formação para os jornalistas: A tarimba ? ou a formação superior ? Agora questionam-se sobretudo duas coisas: que cursos superiores de jornalismo? e que oferta de emprego para as centenas de jovens que anualmente ingressam nos cerca de 30 cursos existentes em Portugal ?

Perto de uma centena de estudantes de jornalismo e comunicação estão reunidos em Leiria para discutir estas e outras questões relacionadas com a sua formação e futuro profissional.

No painel “O ensino da comunicação em Portugal: Que cursos? Que profissionais? Que futuro?”, no qual participei, retive as seguintes notas que emergiram do profícuo debate ali produzido.

Os alunos de jornalismo e comunicação manifestaram a sua preocupação com a aplicação do processo de Bolonha que inevitavelmente trará consequências para a sua formação. Questionaram, sobretudo, se o sistema que os co-responsabilizará no desenho do seu currículo formativo é o mais adequado. Fará sentido que o aluno tenha uma formação geral principal na área da comunicação e outra, de menor relevância, noutra área científica oferecida pela instituição de ensino? Questionou uma estudante da Universidade do Algarve.

Das várias questões levantadas pelos estudantes destaco estas:
Qual a importância de possuir um curso superior de comunicação para o exercício do jornalismo? Qual a razão para a desadequação dos cursos face à realidade, tendo em conta o grande peso da teoria quando comparada com a prática? E por fim, qual a área da comunicação com mais oferta de emprego?

Mas a principal inquietação dos estudantes teve a ver com os estágios, nomeadamente a forma como os alunos são recebidos nas redacções ou gabinetes de comunicação, o aproveitamento que é feito do “trabalho gratuito” e a falta de formação dos jornalistas ou profissionais da comunicação para acolher e perceber a especificidade de um estágio curricular. Foi até proposta a criação de um ranking público de empresas como forma de clarificar quais os melhores e os piores locais de estágio.

O encontro decorre até domingo na Escola Superior de Educação de Leiria.

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